segunda-feira, 17 de novembro de 2014

ENTRELINHAS


Entrelinhas


O silêncio gritava...
O tique, taque parecia estrondoso!
O piar de um pássaro noturno
ardia na alma do silêncio!

Quanto silêncio...

Quantos sons!

E num gritante respirar da noite, 
a voz se ouviu!
Era mais que uma voz, era um rosnar
do destino apontando para o vácuo.

Vazio infinito!

E a voz das entrelinhas não dava tréguas...
Era preciso lê-las, ou o silêncio as engoliria!

Então o leitor enfrentou o poeta,
e os versos foram sugados um a um,
dando voz à inspiração que brotara
do silêncio!

Elair Cabral!