sábado, 1 de novembro de 2014

TEMPORAL


TEMPORAL


A chuva beija-me a face, gotículas reluzem meus olhos.

Empoço meus pés, mesmo molhados, levitam conhecem
o caminho...

As roupas encharcadas, olhares curiosos, faces desconhecidas,
gracejos e sorrisos...

Minha mente alimenta-se da nona sinfonia, Beethoven acelera meu
coração...

Ponteio o céu, o vento afasta as nuvens, meu caminhar é leve, meu
coração acelera...

Atento-me a uma sombra de corpo presente, enlaço-me nos seus braços,
banho-te com o doce e o sal, o amargo e mel...

Adentra no meu ninho, constata a escassa síndrome de cinderela.

Observa as rosas sem viço, saudosas das suas mãos, do brilho do seu
olhar...

Querido, tingi as paredes de azul, o cinza ficou envelhecido, isolado
no passado...

Ruborizo diante dos seus olhos castanhos, disfarço, desconverso, embaraço-me com o seu olhar,
sua ternura em falar...

Repouso meu cansaço no seu corpo.

Seu calor abrasa-me o corpo, numa febre que faz enlouquecer, nessa magia, somos apenas um
Eu sou você.

Rosely Andreassa