segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

DESEJO SEM REDE




DESEJO SEM REDE


Acordei-te-devia ter pensado
Que ainda descansavas dessa noite
O dia tinha agora começado
Alvorada do tempo teu acoite

Perdida bocejaste loucamente
Duma voz diferente das estrelas
Em delírio sem horas minha amante
Encruzilhada em sóis sem ter nem vê-las

Tão longe tu estavas da cidade
Que eu te queria bem aqui mostrar
Disse-te vem olhar a claridade
Que o sol brilha aqui só… sem teu olhar

Disseste não – que pena – ao meu convite
Deixaste-me entre espada e a parede
Querias dormir qual deusa Afrodite
Meu desejo voou p’ra ti, sem rede.

© ARIEH NATSAC