domingo, 2 de agosto de 2020

PÉROLAS BRANCAS


PÉROLAS BRANCAS


O sol ressuscitou divinal
Beijado pelas andorinhas do mar
Aquece os corpos no areal
Nus e ávidos por bronzear
Eu mergulho nas ondas de cristal
Na esperança humana de desvendar
A génesis misteriosa da pedra filosofal
Atraído por pérolas brancas de encantar
Volto ao oceano amniótico ancestral
Deixo-me sonhar e morrer!
Dentro desse mar azul e surreal
Procuro o teu corpo morto de prazer
E do teu beijo de sabor a sal
Espero a metamorfose em mim acontecer
Transformar-me em estátua de coral
Para que me possas eternamente ter
Oh! Poseidon! Oh! Musas eternas
Que inspiram o meu escrever
Encontrem as palavras dos poemas
Para que as possa ao mundo oferecer
Oh! Gaivotas de brancas penas
Levem para longe este nosso sofrer
Tragam-me pedras polidas pequenas
Jóias que eu gosto de apreciar e ver
Porque não preciso de mais nada
Para me fazer sonhar e viver
Apenas o teu corpo de amada
Acariciado pelas ondas ao anoitecer
Antes que a lua eterna, sagrada
Enfeitice de vez o nosso ser
Mergulho contigo na água gelada
Na fé do nosso crer.