terça-feira, 15 de agosto de 2017

DO ANOITECER AO AMANHECER




DO ANOITECER AO AMANHECER


Batem as horas no relógio de parede,
Ao ritmo do bater do meu coração,
Imagino-me a balançar numa rede,
Como se estivesse no meu colchão.

Tocam 12 badaladas da meia noite,
E eu sem sono a escrever poesia,
Escrevo tudo que a vida me inspira,
Busco temas actuais de interesse.

Uma badalada diz que é uma hora,
Já vou no segundo poema, o sono
Anda arredio, não vem, não cobra
O tempo que tenho para escrever.

Duas badaladas tocam e a poesia
Fluí como rio de águas cristalinas,
Que corre ligeiro por entre fragas,
Emitindo sonoridades de harpas.

As três badaladas não se atrasam,
Acham que se devem intrometer,
Pra me avisar que o tempo passa
E a poesia escrita se tornar chata.

O sono anda arredio e as quatro
Badaladas insistem pra eu parar,
Suspender a poesia e me deitar,
Antes do amanhecer sem dormir.

Tocam enfim as cinco badaladas,
As horas já se acham cansadas,
E eu também estou com vontade
De dormir, não irei mais insistir.

Já o sol penetra no meu quarto,
Com o tocar das seis badaladas,
Quando eu me apercebo do dia
Que recomeça para nova etapa.

Ruy Serrano