sábado, 24 de fevereiro de 2018

BRISA DA MANHÃ


Ilustração: obra de John William Waterhouse


BRISA DA MANHÃ


Sinto a brisa fresca da manhã,
Sobre o meu corpo dorido
E, saboreio um chá de hortelã,
Elixir natural por Deus ungido.
O, vento leva os pássaros pra sul
Onde estendo o meu olhar
Embriagado pela beleza do azul
E, a suavidade do seu voar.
Caem folhas mortas sobre mim,
Como prelúdio de Outono
Anunciando a morte, o fim!
Inerente ao meu ser humano.
Sopra agora uma leve brisa
Que envolve-me suavemente
Frescura que minha alma precisa
Para amar-te aqui humanamente,
Enquanto debotam as cores das flores
Depois de encantarem tanta gente.
Sopra um vento fresco matinal
Que impele, a minha boca prá tua
Selando nosso beijo intemporal
Deixando-nos alma livre e nua.
Rendida aos tons divinos, dourados
Que coloram as árvores da minha rua
E, as plumas dos pássaros sagrados
Fascinados com a cor branca da lua.
Sinto a brisa fresca da manhã
E, tu ofereces-me o teu beijo.
Enfeitiçado por um xamã,
Para despertar o meu desejo.
A, sensação de ressuscitar
No teu ventre de musa eterna
A, razão divina de sonhar
Nas palavras de cada poema
Que tu trouxeste do mar.

Joaquim Jorge de Oliveira