Pintura de Cézanne
“SAUDADE”
Nos silêncios do cimo da serra, havia calma.
Aquela que persiste, quando se voa lá no ar;
No pico mais agreste sentia-se muito a alma,
Quando a Natureza por nós estava a chamar!
Vimos quanto era a grandeza do vale infindo!
Perguntaste-me: é assim também o Paraíso?
Este sonho que bem sonhaste que é tão lindo,
Lembrou-me o beijo que te dei no teu sorriso!
E falamos com os penedos: que formosura!
Os montes que reponderam com doçura.
Lembro-me de ver os teus olhos maravilhados,
Com os corpos abraçados a rolar pelos campos
Ainda dourados pelo sol, até vermos pirilampos!
Que saudades desses tempos, de enamorados!
© Alfredo Costa Pereira