quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

SOFÁ VERMELHO


SOFÁ VERMELHO


Um edifício antigo, 
Um sofá colorido (vermelho)
Um carinho no devido momento 
O calor no declamar de um poema
Com a voz que tinha um dia o vento!

Com palavras pinceladas
Os olhares encantei
Como se fosse versificada aguarela
Um sorriso de admiração…
Quanta dedicação assim se revela!

Pouco importa o lugar
Até a distância se pode suportar
Se uma paixão existe
Só pode ser sincera, bela…
Só a poesia o revela!

O sofá era relíquia rara
Numa casa antiqua, linda
Vermelho como a maçã
Alongado, com encosto lombar
Envolto de veludo vermelho, caro!

Neste contexto de lugar antigo
Havia poesia, música, dançava-se o tango
Um poema em dissertação…
Uma flor de cor vermelha com cheiro a cravo
Tinha este facto em consideração!

A televisão filmava o facto
Estampado num vídeo vi meu retracto
Sempre tão atenta, tão presente e forte
Pernas delgadas, trançadas, descontraída
Tudo aquilo faz parte de minha vida!

Se em troca de tamanha felicidade
Eu pudesse concertar um coração despedaçado
Acordar na madrugada, 
E manter a mesma chama acesa…
Ah! Como teria mil razões para ali ficar!

Naquela casa maravilhosa, 
Onde me pude livremente sentar
Num sofá de veludo vermelho conversar
Com cheiro de cravo e rosa no ar
E em todo o lugar daquela casa!