segunda-feira, 13 de outubro de 2014

AMA-SE, PONTO.


AMA-SE, PONTO.


Ninguém acha que ama: ninguém acha que existe,
ninguém acha que tem fome, ninguém acha nada
quando aquilo a que se refere ou é ou não é, certo?

Tem-se fome, ponto. Existe-se, ponto. Ama-se, ponto.

Tem-se fome de existir, e isso é amar.
Existe-se com amor, e isso é fome de mais.
Ama-se com fome de existir, e isso é certo. 

Mas ama-se, ponto – até desde antes de se concluir que se ama.
Ainda que não se ache logo que é assim, vai-se ver e é, ponto.

(Tenho agora como certo que te amo
desde antes das dúvidas que não tive!)

Sérgio Lizardo