segunda-feira, 12 de outubro de 2015

C-R-I-A-N-Ç-A


Imagem- Open Art- Victoria Stoyanova


C-R-I-A-N-Ç-A


CRIANÇA
Que tens todos os sonhos do mundo
Guardados nesse coraçãozito imaculado;
Que de nadas constróis as brincadeiras de gente crescida,
Arcadas de reminiscência;
Que engoles todas as fúrias, e, na mais pura inocência
Remetes um sorriso de orelha a orelha;
Consagro-te todos os direitos à vida,
Longe a qualquer trapaça, dissabores e sofrimento.
As palavras que sinto e escrevo que sirvam de enaltecimento,
Ou, reconhecimento ao grande ser que és;
Pequenina mas já com uma visão
Tão grande do mundo!
Indefesa, tão tenra, mas com toda a vitalidade
Para abraçar as venturas e desventuras da vida.
Entre o olho esbugalhado e o rosto puro cetim
Descaí a lágrima, o brilho é tão intenso, o som um vozeirão,
Que a sinto cá bem no fundo do coração.
Tão pequenina e já em tão grande lida;
Apenas uma menina, que acredita em contos de fada!
Ah, criança linda
Que salta e pula airosa
Pelo jardim e se cresce entre as mais flores,
Uma graça! Que se escorrega na areia da praia argilosa
E chapinha a água sem parar
Como se o mar fosse seu berço!
Te consagro princesa, natural da mãe natureza,
Rainha do universo.
Olho-te como se o mundo
Estivesse todo aqui, pequenino
Mas de valor incalculável.
Não consinto demais défices ou injúrias,
A tudo tens direito, não pediste para nascer
Apenas pedes para crescer.
Que o teu viver
Seja um pleno constante renascer;
Que a nossa areia e o mar
Deixem construir todos os castelos de ar,
Os quais te são por direito;
Um azul céu e as estrelas com toda a certeza.
Que nada nem ninguém privem de seres
O teu tempo em todo pleno;
Que o sorriso incansável
Seja sempre presente,
Pois, gosto de sentir essas bochechas de felicidade;
Nada de nariz franzino,
Quero-te bem saudável!
Menina ou menino és
E serás a que vou acompanhar
Para todo o sempre;
Serei teu anjo da guarda
Aos céus e à terra! No esvoaçar pelo teu caminho
Solto as letrinhas de tanto carinho
Que cobrem esse cantinho envergonhado
E na palma da minha mão
Cresce o tesoiro mais puro e tão lindo!
Serás sempre verde oiro, hoje e sempre,
Aqui, ou, em qualquer lugar, és
E serás a mais linda entre as histórias,
Uma enorme centelha;
Cobiçada por todos! Não és de ninguém, pomba da natureza;
Sinto orgulho de poder soletrar
C-R-I-A-N-Ç-A.

© RÓ MAR