domingo, 11 de setembro de 2016

SÃO CINCO AS FLORES...




SÃO CINCO AS FLORES...


São cinco as flores na minha mão...

o dia ainda não despontava,
e já ouvindo o cantar dos passarinhos, fui até ao jardim com árvores de fruto já secas, lembrando-me homens e mulheres de sentimentos não "podados" que matam outros sentimentos e almas,
e... encontrei flores!

Com cuidado as cortei
e com as minhas mãos as acariciei.

Encostei-as ao meu peito e, ao de leve, as apertei.
E, ainda, a ninguém as dei.

São cinco as flores cortadas e nas minhas mãos,
que as apadrinharei e "baptizarei" em amor, de ti:

... na tua "timidez, simplicidade, inocência e lealdade",
és esta Begónia a ornamentar os beijos que trocamos...

... o que és de "inspiração e resistência", tenho-te como esta flor Bromélia, na dureza contra as agruras dos tempos, mas já "mastigando" de forma demorada, e mais tenra.

... o que transmites de "paz, tranquilidade e pureza", sinto-te como este Jarro de pétalas altas e brancas, onde me procuro encontrar na candura do teu olhar.

... a "grandeza de tua alma" faz-me descansar tranquilamente encostado ao tronco, que produziu esta flor com o seu nome,... Camélia. Assim te vejo, assim te olho, amor, uma Camélia rosada como esta na minha mão...

Mas tenho outra Camélia nas minhas mãos. Uma Camélia vermelha.
Sou eu. Eu no "reconhecimento" das outras quatro flores que és.

E sabes?
É a ti que as vou entregar sem ter que as regar.

Já estão regadas com as águas cristalinas, repuxadas pelo repuxo da tua alma!

Toma. Recebe-as. São tuas... eu já as beijei pelo que me disseram e me amarem!

Carlos Lacerda - poesia