terça-feira, 17 de junho de 2014

DESTINO


Imagem - Google


DESTINO


Vi-me no âmago das minhas forças, física e mental
Lutei até a exaustão e vi meu vertical na horizontal
O destino não se comoveu com gritos, fez-me mudar o rumo
Porque como pedra jogada ribanceira abaixo sem prumo
Submergi no meio do lago sufocado pela margem circular
Como um glacial vento que faz o sangue congelar
Se nosso destino está de acordo com nossos méritos,
Por que caímos desgovernados como meteoritos?
Não tive como escapar da roda da fortuna, torta
As moiras dirigiram, abriram e fecharam cada porta
Ou talvez o fatalismo me conduzisse de maneira irrevogável
Como pode destino, não dar vazão à emoções incontáveis?
Como um rio espremido, tortuoso, enclausurado
Obrigado a seguir seu curso entre duas margens a comprimir, lado a lado
Disponho-me a atravessá-lo e a cada passo
Encontro um novo rio, renovação sem cansaço
Andei com olhos vendados por várias estradas,
Até chegar a terceira margem e fiz parada
A minha margem, onde encontrei meu prazer
Margem da emoção, margem de me conhecer
Onde meus sonhos viajam como nuvens carregadas pelo vento
Chegam ao limiar do que há de mais belo para viver os momentos
A ordem cósmica fez com que eu segurasse o pincel da esperança
No quadro onde retrato minha vida, farei com os sonhos uma aliança
Pintarei meu momento de sorte, minhas realizações, minha felicidade
O destino baralhou as cartas, agora jogarei com autenticidade.

Elair Cabral

 https://www.facebook.com/elaircabral.cabral