sábado, 19 de julho de 2014

NUNCA É DEMAIS


NUNCA É DEMAIS


Falas tanto de amor, dizem-me.
Porquê tanto?
Amor é destino; foi, é, e sempre será.
Nada mais sou que um dia não tivesse sido,
fui amado por aqueles que não conheci,
que tiveram amor por outros que haviam de vir.
Viam ao longe, além do tempo, que o amor persistia.
Fui amado por quem vi, estacas cravadas na casa-mãe,
espírito-herança de campos virgens.
Houve um primeiro antes deste, obreiro de canto inacabado
cujo lema é contínuo. Escondem-se as palavras,
agora mostradas em seres que vivem.
Outras virão em nome daqueles que a saudade levou; 
Algo há que houve e que fica além da vida.

Fernando Figueirinhas