quinta-feira, 3 de julho de 2014

PERCO-ME...


Imagem - Google


PERCO-ME...


perco-me nas esquinas,
nos vértices do poema vida,
perco-me nos jardins vazios, sombrios,
onde passeia a minha alma,
em voos nocturnos, 
desprovidos de emoção,
perco-me, sempre que tento alcançar,
a beleza da rosa, e os sonhos impróprios da flor, 
nas gotículas de orvalho que a alimentam,
perco-me, nas ruelas lúgubres, insanas e vadias,
onde tento encontrar um fio de claridade,
uma ténue claridade da manhã,
perco-me, até em mim,
numa viagem tenebrosa ao meu interior,
onde apenas encontro, reminiscências de rosas,
pétalas perdidas nas ruas do esquecimento,
perfumes que senti, um dia,
quando ainda era, humana,
e sabia o que era o amor...

rosamar