domingo, 5 de julho de 2015

DEIXEM-ME IR


 

DEIXEM-ME IR


deixem-me ir,
para onde mora a tristeza,
deixem-me ir num fado,
pois é triste de certeza,
deixem-me ir num Poema,

cuja tristeza é o tema,
e eu vou sentir-me em casa,
voando, mesmo sem asa,
num perfume de alfazema...

deixem-me ir,
nas ondas de um mar salgado,
à procura do outro lado,
à descoberta de mim,
quem sempre viveu assim,
esta é sua natureza,
quem sabe? encontre fadado,
na minha sina um bocado,
da tão falada beleza?
sempre foi este o dilema...

deixem-ir,
deixem-me voar,
deixem-me soltar a dor,
que está presa numa algema,
a tristeza e o amor,
vivem de braço dado,
neste meu voar alado,
solta-se a voz, no fonema,

deixem-me ir,
para onde mora a tristeza,
deixem-me ir no meu fado,
e encontro a beleza,
de certeza, 
num poema acabado,
livre de amor e pecado,
eu canto,
eu grito,
eu brado,
mesmo que a voz,

me trema....

Rosamar