domingo, 3 de agosto de 2014

E À LUA FALOU


E à Lua Falou
 

E então, 
À lua ricocheteou
Feito fogos de São João,
Quicou
De nuvem em nuvem,
E entre as estrelas
Brincou como criança
E enfim,
Viu-se espelhada
Pela imensidão!

- Hoje estou cheia 
Esplendorosa, mensurada, 
Pois sou a dona das marés, 
Das semeaduras, 
De transformar a noite 
Em quase dia, poesia?
Quem sabe!

- Em algumas letras
Tenho o meu próprio quarto,
Posso ser a testemunha ocular
Do pecado, do pecar 
Sem o dito pecado, 
Junta as cortinas 
Sou a dona da brisa, 
Sem ela não há balé
De tecidos e corpos!

- Pelo poeta 
Sou descrita, escrita, 
Sou o alvo para o sentimento, 
Ora solitude, ora plenitude, 
Regras ou leis não existem, 
Todavia, o olhar
Em lágrimas, 
De admiração, 
De encantamento, 
Do beijo de amor
É meu verdadeiro dono, 
Sou de todo céu, de enamorar!

Auber Fioravante Júnior
Porto Alegre - RS