LÍRIO BRANCO
Alvo como flocos de nuvens...
Seria, apenas mais uma flor...
Tesouro das artes naturais
Mas, era mais..., bem mais!
Beleza singular, selvagem!
Ao toque do malicioso vento, irreverente tremular...
Esplêndido destaque a embelezar
um canto por astros iluminado
do jardim, por mãos de fadas criado!
Louvou cada grão de areia a deslizar pelo relógio do tempo
Mais um grão, um grão a mais no caule dos puros sentimentos
Magia pela nobreza, natural perfume
Mantra de beijos, algar de queixumes...
Vísceras a purgar desencantos, passo impossível
A revesti-los com fios de amor, sedução irresistível
Vem, livra-me lírio, do enfado da falsa paixão
Liberta das correntes do descaso, meu coração
Escudo do jardim dos sonhos encantados
Lírio que florescestes do desespero de Eva, que sem opção
deixou sementes de saudades em lágrimas no chão
Ao abandonar o jardim do Éden e voar para um viver contido!
Cascata de lágrimas, vazio sentido...
E nasceu você, com suas flores brancas, majestoso lírio!
A simbolizar a deusa do amor, Isis
Véu de brumas, branco como o leite
que amamentou Héracles
Branco como a santidade
Puro como a verdade
Em grinaldas de momentos
Em sonhos de casamento!
Elair Cabral