O MAU BANQUEIRO
“Alegoria satírica”
Era uma vez um banqueiro
Um banqueiro generoso
Que amava o País inteiro
E de todos o mais poderoso.
Plantou árvore frondosa
No meio do seu Jardim
Dela nasceu uma rosa
Cravejada de jasmim.
As pétalas eram fracas
Mas cresceram coloridas
Transformando-se em patacas
Cada vez mais renascidas.
Toda a gente quis colher
Os frutos do bem e do mal
E o que veio a acontecer
Foi mesmo fenomenal.
O banqueiro estando fraco
Com ideias que emergiram
Fez no Jardim um buraco
E as patacas se sumiram.
O anjo do mal o inspirou
E o esperto do banqueiro
O seu Jardim replantou
Noutro país estrangeiro.
E o maioral deste País
Acordando tarde demais
Dobrou ao banqueiro a cerviz,
Que lhe desse patacas reais.
- Não tenho Patacas, patrão,
O anjo mau mas retirou
E agora nem um tostão
Na minha arca ficou.
- Ai anjo mau, anjo mau,
Que fizeste a esta gente?
Vais levar com o varapau
E porei outro anjo à frente.
- Patrão, eu tenho um alforge
E algumas patacas que atesto
O anjo mau, esse não foge,
E o bom ficará com o resto…
- De acordo, mas fica por perto,
Pra responder à chamada
Se o anjo bom ficar certo
Já não pagarás mais nada.
E o Banqueiro desta estória
Esfregou as mãos de contente
Mas ficar-lhe-á de memória
As sequelas de toda a gente.
E o maioral desta Aldeia
Que de anjo bom travestiu
Aprovou a genuína ideia
Que a outros banqueiros sorriu!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA