segunda-feira, 25 de agosto de 2014

NÃO SEI SE FOI DE DIA...


Não sei se foi de dia…


Perguntei-me um dia
Se sabia quem eu era
E a resposta já a sabia
Era a que estava à espera
Era um Zé Ninguém
Que andava aqui engando
E que se julgava alguém
Ao ouvir de vez em quando o Fado
Era o Fado da desgraçada
Aquele que eu mais ouvia
Mas contudo a engraçada
Já dizia que me conhecia
E eu ficava admirado
Com tudo o que me dizias
Perguntava-te o que era o Fado
E tu, outra pergunta me fazias
Não te querias pronunciar
Sobre quem eu seria
Apenas dizias gostar
De me ver com alegria
Era um copo e outro a seguir
Era assim durante a noite
E tu me julgando a mentir
Dizias para eu não ir afoite
Mas a conversa ia sempre ter
Àquilo que mais convinha
Juntava-te a mim… Ai que prazer
Eras tu a minha tontinha
E assim não te importavas
De saber quem eu sou
Toda assim tu te davas
Àquele que te amou…

Armindo Loureiro