sexta-feira, 22 de agosto de 2014

LUA E POESIA




LUA E POESIA


Bailando no ar gemia inquieto o condor
Direcionado como a eternidade das palavras
Que por si só, já se fazem eternas em clamor!
Pelo simples fato de existirem, vincos e lágrimas
Emoções vividas e sentidas por nossas vivências
O poeta com papel e tinta, a palavra materializa
Palavras inspiradas em nossas traçadas convivências 
Às vezes são poemas embrionários... De rara beleza,
que só resistem às badaladas do relógio do tempo
Eternizadas pela magia da poesia na fiel escrita...
Assim, os olhos debruçam-se sobre nossos versos
E suavizam esse indescritível e inexplicável reverso!
De que vale a posteridade, se só morta é que serei viva?
Poetas, escritores escalpelados, podados em sua loucura
De que valem as grandes honras postadas na sepultura? 
Melhor seria ser aplaudido enquanto a emoção é sentida
Que verte em cascata... Que queima no âmago da vida
Ou reflete sentimentos na molhada e inexprimível grama
Onde deitados podemos olhar e sentirmos do amor as tramas
fitando a lua que com ciúme! Tolhe a poesia, o sonho majestoso
Furtando o fluir das palavras, mesmo em trabalho de parto custoso
A gótica janela nos envia seu reflexo de um clarão esmorecido
pelo doentio e possessivo querer, a lua quer dominar o sol aquecido
E assim, entre brumas, ventos e solidão, desencantada esconde o lume
Sob a descrença das flores Ignora a inspiração e dispensa o perfume
É tanta recusa, que reclusa chora não se convence ser dona de tanta claridade
Sem noção do imortal... diminui-se em pequenas vaidades
Já ofereceu flores, hoje repugna a inspiração...Somos imortais, ó lua!
Poesia verdadeira respirando a alma nua e crua
Com aplausos, ou na obscuridade
Poetas de verdade!
Inspirado em sentimentos
Eternizando momentos... Amor ou desamor
Bailando no ar gemia inquieto o condor.

Elair Cabral