quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O MAR DA ALMA


O MAR DA ALMA


Acaba a estrada. Piso a passos lentos a areia escaldante do deserto; 
mais adiante, entrego-me ao mar.
Desfaz-se a solidão íntima, rosto de inverno, águas frias,
corpos presentes de pessoas idas.
Juntam-se todos os convidados e os que partiram,
lavo a alma de suave alegria ao som de espuma;
lanço-me ao tempo,
dissolvo-me em todos,
faço parte daquele encontro.

Fernando Figueirinhas